Doença Bipolar

Doença Bipolar

A doença bipolar poderá ser conhecida por vários nomes:

  • transtorno bipolar
  • bipolaridade
  • doença maníaco depressiva
  • depressão bipolar

É uma doença psiquiátrica que se caracteriza por variações acentuadas do humor, com crises repetidas de depressão, hipomania e mania.

Qualquer um dos tipos da doença bipolar pode manisfestar-se na mesma pessoa com uma frequência variável e aleatória. As crises podem ser graves, moderadas ou leves.
As variações de humor, num sentido ou noutro têm importante repercussão nas sensações, nas emoções, nas ideias e no comportamento da pessoa, causando um grande impato na saúde e na autonomia da personalidade.

Estima-se que a doença bipolar poderá afetar 1 a 2% da população na Europa e tem um enorme peso social e profissional, incluindo em casos extremos o risco de morte prematura por suicídio. O diagnóstico incorreto, ou tardio, poderá levar ao atraso do tratamento mais adequado e ao prolongamento do sofrimento do indivíduo e dos impactos sociais e profissionais. Infelizmente, muitas vezes a Doença Bipolar é mal diagnosticada como uma simples depressão.

A doença bipolar ou doença maníaco-depressiva, é uma doença psiquiátrica grave que pode causar:

  • mudanças extremas do humor
  • mudanças extremas dos níveis de energia
  • mudanças do funcionamento geral da pessoa

O Transtorno bipolar caracteriza-se por ciclos de depressão alternando com episódios maníacos.

No transtorno bipolar também é comum a presença de episódios mistos, em que são visíveis ao mesmo tempo, critérios de diagnóstico tanto de depressão como de mania ou hipomania.

A hipomania manifesta-se através dos seguintes sintomas:

  • Aumento do humor, da energia e da atividade, que poderá durar vários dias
  • Forte sensação de bem-estar e de eficiência física e mental
  • Aumento da sociabilidade, do desejo de falar, da familiaridade e da energia sexual
  • Redução da necessidade de dormir
  • A concentração e a atenção podem estar comprometidas, diminuindo a capacidade de se fixar no trabalho, relaxamento e lazer
  • Pode existir o envolvimento em actividades de risco ou gastos excessivos leves
  • Os sintomas não levam a perturbação marcada do funcionamento profissional ou a rejeição social

A mania manifesta-se através dos seguintes sintomas:

  • Elevação do humor persistente (pelo menos uma semana) desproporcional às circunstâncias do indivíduo, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma excitação praticamente incontrolável
  • Aumento da energia, levando à hiperactividade
  • Desejo intenso de falar
  • Redução da necessidade de sono.
  • Distractibilidade intensa
  • Aumento da auto-estima com ideias de grandeza e o sobrestimar das suas capacidades.
  • Perda das inibições sociais, podendo levar a condutas imprudentes, irrazoáveis, inapropriadas ou deslocadas
  • Pode existir envolvimento em actividades de risco ou gastos excessivos
  • Os sintomas perturbam o ritmo normal de trabalho (ou escolaridade) e as actividades sociais

Para além disto nos quadros mais graves pode observar-se:

  • Ideias delirantes (em geral de grandeza) ou alucinações (por exemplo, ouvir vozes)
  • Agitação intensa ou actividade motora excessiva
  • O pensamento pode assumir a forma de “fuga de ideias” (os pensamentos fogem, não consegue pensar numa coisa de cada vez) de uma gravidade tal que o sujeito se torna incompreensível ou inacessível a toda comunicação normal

A doença bipolar continua a ser mal entendida, quer pelo público em geral quer pelos médicos. Muitas vezes uma criança bipolar é diagnosticada como tendo uma perturbação de conduta ou uma perturbação de défice de atenção e hiperactividade, tentativas de suicídio de adolescentes com doença bipolar são atribuídos a “desilusões amorosas”, a “crises de adolescência” ou a abuso de substâncias.

Trata-se de uma doença psiquiátrica, as variações de humor são diferentes dos “altos e baixos” normais da vida de todos os indivíduos e são severos ao ponto de prejudicar as relações com os outros, perturbar o funcionamento escolar ou profissional ou mesmo, levar ao suicídio. Habitualmente, a doença bipolar tem o seu inicio na adolescência tardia, no entanto, alguns doentes têm os seus primeiros sintomas na infância. Tal como a diabetes ou a doença cardíaca, trata-se de uma doença crónica que tem de ser tratada ao longo da vida. Apesar disso, quando tratados com sucesso, os doentes bipolares podem levar uma vida normal e plena.

Tanto crianças como adolescentes podem desenvolver uma perturbação bipolar, sendo isto mais provável quando algum dos pais da criança sofre de uma perturbação afectiva (depressão ou doença bipolar). Ao contrario dos adultos com doença bipolar, os adolescentes tendem a mostrar mudanças bruscas de humor, por vezes múltiplas durante um dia. Sintomas mistos (de depressão e mania ao mesmo tempo) são também mais comuns neste grupo.

Como antes se referiu, pode ser difícil distinguir entre a doença bipolar e perturbações de conduta, abuso de substâncias ou PHDA, assim sendo qualquer criança ou adolescente com sintomas emocionais e comportamentais deve ser avaliado por um profissional de saúde mental.

As crises numa pessoa bipolar poderá durar alguns dias ou durante vários meses. Da mesma forma as fases de estabilidade entre as crises podem durar dias, meses ou até anos. O tratamento atempado e adequado poderá diminuir consideravelmente a duração das crises e até preveni-las.

Infelizmente ainda não é possível prever as crises em todos os bipolares. Algumas pessoas terão apenas uma ou duas crises durante toda a vida, outras pessoas têm crises repetidas em certas alturas do ano se não estiverem a serem tratadas adequadamente. Algumas pessoas bipolares têm os chamados ciclos rápidos em têm mais do que 4 crises por ano.

O transtorno bipolar pode começar a manifestar sintomas em qualquer altura, mas poderá ser mais evidente durante ou depois da adolescência.

Do pouco que se conhece sobre a bipolaridade pensa-se que os factores genéticos e biológicos (na química do cérebro) têm um papel essencial entre as causas da doença, mas o tipo de personalidade e os stresses que a pessoa enfrenta desempenham também um papel relevante no desencadeamento das crises.

Será que uma pessoa volta ao “estado normal” depois de sofrer uma crise?
Na maior parte dos casos sim, mas as crises podem dar origem a consequências dramáticas no plano social, familiar, profissional e individual. A vida da pessoa complica-se e perturba-se muito, restringindo de forma marcante a sua capacidade de adaptação e autonomia.
O tratamento adequado para a prevenção das crises (se são graves e/ou frequentes) é essencial para evitar os muitos riscos inerentes à doença.

Neste não existe nenhum tratamento eficaz que cure a doença bipolar.
As melhores opções para controlar a bipolaridade são os medicamentos estabilizadores do humor.
A ação deste tipo de medicamento ajuda a diminui a probabilidade do aparecimento de novas crises, quer sejam de hipomania como de mania.
Os medicamentos estabilizadores do humor mais utilizados são:

  • Olanzapina
  • Lamotrigina
  • Valproato
  • Carbonato de Lítio
  • Quetiapina
  • Carbamazepina
  • Risperidona
  • Ziprasidona

As crises depressivas tratam-se com medicamentos ANTIDEPRESSIVOS ou, em casos resistentes, a elecroconvulsivoterapia. As crises de mania tratam-se com os estabilizadores do humor atrás referidos e com os medicamentos neurolépticos ANTIPSICÓTICOS.
Naturalmente, o apoio psicológico individual e familiar é um complemento indispensável para o tratamento.
As crises graves obrigam a tratamento hospitalar em muitos casos.

Fonte: ADEB

Categoria: Condições.