Diagnosticar a hiperatividade – qual o processo?
"Um carro sem travões!" É assim que Nuno Lobo Antunes, um conceituado neuropediatra descreve uma criança com hiperatividade.
A hiperatividade, como vamos chamar ao longo do artigo, é um dos sintomas das crianças a quem é diagnosticado a Perturbação de Hiperatividade com Défice de atenção – PHDA. O diagnóstico permite classificar o tipo de PHDA, mas por norma fala-se apenas em Hiperatividade.
Este diagnóstico tem obrigatoriamente que ser feito por um profissional.
Quem pode diagnosticar a Hiperatividade?
O primeiro passo a dar, antes da consulta com o profissional, é tomar nota de todos os sintomas que o levam a pedir o diagnóstico e situá-los no tempo. O profissional, geralmente um psicólogo, vai fazer uma avaliação exaustiva e tem que ter todos os dados necessários à sua disposição.
Uma criança é hiperativa independentemente do ambiente onde está. Sendo uma doença, os sintomas aparecem em casa, na escola e noutras atividades. Nos seus apontamentos certamente vai encontrar situações problemáticas ao longo de todo o dia da criança. Podem nem sempre ter o mesmo tipo de manifestações, mas o profissional saberá verificar isso melhor que ninguém. Aponte factos. Depois é fundamental tem em conta os últimos acontecimentos na sua vida. O diagnóstico deve ser correto e ter tudo devidamente apontado vai ajudar o profissional a fazer o diagnóstico correto.
Quais são os passos necessários e obrigatórios para chegar a este diagnóstico?
O profissional de saúde responsável pelo diagnóstico vai fazer um historial completo da criança. Visa, em primeiro lugar, despistar outras situações, como ansiedade ou agitação por alguma mudança que ocorreu na vida da criança. Exemplos dessas mudanças são: ida para outra escola, alteração no agregado familiar (nascimento de um irmão, separação, morte…), baixa autoestima, entre outras.
Depois será feita uma avaliação completa a vários níveis:
Características cognitivas, emocionais e comportamentais
Histórico da família
Desenvolvimento infantil
Vida na comunidade escolar
Relação com outras pessoas, colegas e adultos
A fiabilidade do resultado depende de vários fatores e por isso a escolha do profissional é fundamental para o seu sucesso. É preferível um profissional que já tem alguma experiência.
Está à procura do melhor para o seu educando, por isso pergunte ao profissional tudo o que quer saber. Não se iniba. Aliás, o primeiro passo será apenas o início de uma grande caminhada que precisa de ser a mais correta.
Mas o trabalho do profissional não se baseia apenas numa lista de sintomas de falta de atenção e de inquietação perturbadora. Ele está ali para ajudar a encontrar o melhor caminho a percorrer para resolver os problemas, ou pelo menos, amenizá-los. Por isso, além de um historial completo de sintomas e de dados, vai ainda ter um trabalho de consultório de avaliação.
O que vai o profissional fazer no consultório?
Além de possuir uma bateria de testes que o vão ajudar a analisar objetivamente o problema, o profissional terá em conta todo o desenvolvimento e as caraterísticas sociais e cognitivas, emocionais e comportamentais da criança. O diagnóstico é complexo e não basta pegar numa lista de sintomas e verificar ou não a sua existência. Se consultou um profissional que fez isso e em menos de meia hora diagnosticou hiperatividade ao seu educando, questione seriamente o resultado e peça uma segunda opinião.
O profissional não será meramente alguém que vai diagnosticar uma doença, mas sim o seu apoio e ajuda num processo que poderá ser bem mais fácil com a ajuda certa.
Em caso de dúvida, consulte um especialista.
Se não tem a certeza do que possa estar a acontecer com o seu educando, consulte um especialista. Ele tem a competência necessária para lhe dizer o que se passa. Se for uma situação pontual ajudará a ultrapassar. Se for mesmo diagnosticada a Hiperatividade, terá o acompanhamento necessário para si e para o seu educando, para que tudo corra pelo melhor. Confie, caminhar acompanhado torna o percurso mais suave.

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